quarta-feira, 10 de setembro de 2014

8º Araraquara Punk - 07/09


Resenhando mais um Araraquara Punk que tive o prazer de assistir, esse ano, assim como no último, organizado pelo grande Henrique da banda Funeral. O cara fez o corre pra organizar e ia ter apoio da Secretaria de Cultura mas, pra variar, no final passaram a perna nos punks e foi tudo feito por conta própria mesmo.

Esse ano perdi vários rolês e não queria perder mais um, e mesmo não batendo horários de ônibus e nem ter dado certo ir de carro com uns amigos me virei, peguei o primeiro ônibus aqui as 6h da manhã pra ir pra Campinas pra pegar outro e chegar em Araraquara e conseguir chegar no pico lá pelas 13h, e como fui de última hora nem avisei amigos que tinha lá então já levei um cobertor pra dormir na rodoviária depois... não queria perder mesmo hehehe

Bom, eu vacilei e não tirei muitas fotos, mas o Henrique tinha organizado lá uma parada pra tu estampar camisetas de bandas na hora, e logo chegou a galera com material underground pra vender e foi se acomodando num canto, e, que honra, depois chega o Fabio do Olho Seco e coloca lá também umas camisetas e CDs, que honra colocar minha distro e vender material punk do lado do primeiro cara a vender material punk no Brasil! Pode não ser muita coisa, mas esse cara é história do punk nacional.

A banda que abriu foi a The Indecents, de Araraquara mesmo. Teve uns sons próprios e também vários covers entre Cólera, Garotos Podres, Calibre 12, Exploited e outras, e os autorais numa pegada similar, e tocam bem e também achei legal o desempenho dos dois vocais pros sons que cada um cantava.

Na sequência foi o Desnutrição, de Mirassol-SP, já resenhada aqui outras vezes, com 25 anos de estrada eu acho, e tocando um punk rock bem cru, com sons diretos contra militarismo, imperialismo, falando de questões sociais, ambientais e vivência punk... os caras tem som pra caramba e lançaram a pouco tempo uma discografia. Pra mim o que faltou foi tocarem Crianças Abandonadas, um dos meus favoritos deles.

Depois veio o Hell Side, também de Araraquara, e também com uns 25 anos de estrada, Eu não conhecia, primeira vez que ouvi, e fazem um som bem barulhento, um punk hardcore com umas pitadas mais metalizadas puxadas pro crossover e death, sei lá, foi minha impressão. Se não me engano tocaram uns Extreme Noise Terror e teve um cover foda do Cólera, bem brutal.

Começa a anoitecer e sobe o Resto de Ontem, Bebedouro-SP, também resenhada aqui outras vezes.
A apresentação foi legal, tocaram sons novos que eu ainda não tinha ouvido e também uns mais velhos como Filho do Caos, mas o meu favorito com certeza é Nos Braços de Um Anjo.

Então subiu a Funeral, Araraquara, e agitou bastante a galera, rolou até um "wall of death". Tocaram as classiconas deles e alguns covers, teve participação do Barata (DZK) e do Pinga (Pesadelo Brasileiro) em uns sons, se não me engano o Claudio (Toxsina) também cantou junto. O Henrique nos vocais mostra maior energia e agita bem a galera, Funeral sempre dando um puta show.

Aí veio o mais esperado da noite, Olho Seco. Showzasso, lembro do Pinga estasiado pulando e cantando, rolou alguns "stage dive" de uns caras pesadão mas a gente segurou. Foi o único show que eu fiquei lá no meio mesmo porque eu tava cansadão e não tinha dormido no dia anterior, pego algumas horas de estrada, enfim, mas pra curtir Olho Seco tinha energia sobrando.

Depois entrou o Toxsina, Araraquara, também já resenhado aqui anteriormente, tocando punk rock bem cru de protesto passando idéias conscientes pra galera. Trocaram o vocal desde a última vez que eu vi mas tá bem legal, tá certo que a última vez que eu vi o vocal tava já alterado e o som até saiu diferente hehe

Aí veio uma banda curiosa, Filhos de Inácio, São Paulo. Os caras investem mesmo em divulgação, já tinham me adicionado no Facebook antes e achei até engraçado a produção deles, fotos profissionais e tal, negócio difícil de se ver no meio, eles até trouxeram o Barata pra cantar Policia com eles (é, também achei estranho...) e a banda é bem performática, dois vocalistas, um subiu na torre de iluminação, ficou cantando em cima das caixas de som, uma hora, sei lá de onde, tirou uma cruz gigante e ficou batendo no palco, deu umas cabeçadas nela enquanto tocavam GG Allin ahaha, Rock and Roll total! Foi o que eu falei pra uns amigos, só faltou trepar com o retorno, quebrar uma guitarra, soltar fogos de artificio atrás do palco, comer a cabeça de um morcego e pular na bateria no final da apresentação... ah é, quanto o segundo vocalista, não vi ele fazendo muita coisa, cantou alguns sons, mas no geral ficava batendo no chão com um taco de baseball, parecia desempenhar o papel que o palhaço do Slipknot faz, ou então ele era o gogoboy da banda? Enfim, apesar de todo o rock and roll feelings que passaram, pelo pouco que vi deles no meio da galera, a atitude não é nada de rock star, os caras são bem humildades, agitam mesmo, e uma hora tocaram um cover do Misfits e colocaram todo mundo no palco pra cantar junto, e quanto aos sons autorais a pegada é legal também, uns bem pauleira mesmo. Enfim, foi um show bem legal de assistir.

Quem fechou a noite foi Anafilaxia Social, de Araraquara também. O som é punk rock, muito som próprio e tiraram também alguns covers como Cólera e Hino Mortal quando não tavam gritando coisas como "fora skins, fora oi!, não queremos nenhum 'filho da puta' aqui".

Agradecer demais ao Henrique por ter organizado essa bela festa nesse dia de manifestações, infelizmente não rolou nenhuma na cidade, eu até cheguei mais cedo e queria colar se tivesse ato, mas parece que não teve nada.

Legal pra caramba trombar lá vários amigos da interior de SP, Jacaré (Academic Worms - valeu mesmo pelos presentes!), Pinga (Pesadelo Brasileiro), Pazinha (obrigado pelas cervejas!), Buzon, Graziele, Diego, Din e o Resto de Ontem, Sadao (Confronto) e tantos outros que na hora acho que nem conversei muito, mas sempre me agrada ver bem, curtindo, continuando nessa cena do underground, Loro, Drika, Renato, Cris (Violent Illusion), May, Vermeio e Desnutrição, Cláudio, Robson e Toxsina, sei lá mais quem estou me esquecendo, Barata e Dunga que a gente trocou maior idéia lá, mas principal Monique, Diego, e seu filhinho Ícaro, que mais uma vez acolheram e me mimaram.

Pra fechar, mais uma vez, foto de alguns materiais que troquei / ganhei / comprei.
Araraquara Punk, um dos melhores fests que rola no interior!